quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sabado dia 28 tem Reunião dos AC



(Arte gráfica confeccionada pelos próprios membros da sigla)



quinta-feira, 5 de julho de 2012

Morre Mister AC

Por meio dessa postagem venho informar que na madrugada do dia 05 de julho de 2012 o Mister AC (Arte condenada) veio a perder sua vida ao ser atingido por diversos disparos de arma de fogo. Sem mais detalhes.

terça-feira, 29 de maio de 2012

[VEM AI] A 3° Mega Reunião

O encontro mais esperada do Xarpi Cearense já tem hora e data marcada. 

Dia 10 de Junho as 18:00 horas




Assista ao vídeo chamado >> http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=0UZOAfFUBIc



segunda-feira, 16 de abril de 2012

Brevemente, 3° Mega Reunião

Assista a vídeo chamado para 3° Mega Reunião.

sábado, 7 de abril de 2012

Cobertura da reunião quinzenal dos UG




No intuito de reunir vários seguidores do movimento xarpi de fortaleza, os UG estar realizando quinzenalmente reuniões na cidades dos funcionarios, bairro onde nasceu a sigla.

Muitos seguidores do movimento xarpi frequentam o local, para trocas de ideias, marcas roles, e outras atividades.


As reuniões ocorrem nas sextas feiras que antecede a reunião dos AC (Arte Condenada) outra reunião que também acontece quinzenalmente no bairro do conjunto Ceará, também em fortaleza.



Fotos tirada por Victor Rocha (Smith TDE)



terça-feira, 3 de abril de 2012

Entrevista com Miúda GAT














Nome
Daniele Ribeiro
Idade: 20 anos
Bairro: Planalto Airton Senna(vugo Pantanal)
ProfissãoCabelereira
Primeiro Apelido :Miuda


Como foi o seu começo no Xarpi

Eu comecei em 2007, não sabia pixar e meu primeiro nome foi um letreiro, daqueles feio mesmo, (rsrs). Pode se dizer que eu "caguei" o muro. Já na segunda vez já riscava com meu xarpi, mas sem saber nada sobre o mundo da pixação, daí comecei a pegar gosto pela coisa, eu pixava por gostar e era verminosa, chegava a gazeava aula, até chamava as outras meninas pra também gazear, e iamos pixar, sempre a tarde, passava semanas sem aparecr no colegio (rsrs), até que numa dessas rodamos, e eles, os (PM), foram deixar eu e as meninas no colégio, foi onde a casa caiu, e desde então não parei mais.

Qual seu Primeiro apelido no Xarpi, ou sempre foi Miuda mesmo 

Sempre foi esse mesmo, MIUDA.



Qual a Origem do nome Miuda

Ainda pergunta? (Kkk). Vem de baixinha mesmo. Pequena apenas no tamanho, mais não na namesmolidade.

Qual foi sua Primeira sigla, e de qual Bairro

Sempre fui G.A.T, desde o início da sigla, a galera de meninas daqui mesmo do bairro do pantanal. A G.A.T no começo era várias meninas, a Pink era a cabeça (fundadora), tinha a Sol e a Meck, mais as que eu mais tinha contato era com a Pops, Killy, Dina e a India, hoje quase todas estão casadas ou juntas, tiveram filhos, e deixaram o Xarpi, não vou dizer que deixaram de vez, porque ainda vão voltar, e elas ainda dizem "Você inda ta nessa? (Kkk) Eu particularmente não pretendo parar de vez.

Qual sua maior dificulfdade no começo da sua história no Xarpi 

Quando minha familia soube, no começo minha mãe chorava muito, e dizia que tinha desgosto por ter uma filha pixadora, que nem os homens no caso meus irmãos disseram o mesmo. Meu pa, já um pouco mais bruto, me deu umas lapada daquelas (rsrs) Que nãoo resolveu de nada, mas não é por rebeldia, é porque eu gosto mesmo de pixar, minha familia não gosta, e já fui muito criticada, ouvi diversas vezes minha mãeãe dizendo "Vai com Deus que já não basta mais nada"



Qual altura mais "louca" que você já riscou

Pra mim a mais louca,e também a mais difícil foi pra pegar o estádio do castelão em fortaleza. Estava eu, Agulha e o ciço doido, era um sábado e estava chuvendo bastante, pulamos o muro que era muito alto, e o ciço foi o primeiro a passar por ele, ciço escorregou e caiu lá no terreo, aquele muro do lado de dentro é do tamanho de um duplex, foi um sofrimento (Rsrs), fiquei com os braços todo arranhado, eu tinha que ter força pra subir, eu aguentando meu peso só nos dedinhos(Rsrs) e lá em cima ainda escorregava bastante porque estava chovendo muito, e tínhamos que enxugar o franje, pra descer era preciso pular o muro, esse jeito era o único jeito, e o muro era muito alto, por mim eu não ia pular, mas soltarão minha mão e fui obrigada a saltar (Rsrs), nos 3 ficamos mancando. E esse dia em que ficou guardado em minha memória, como todas as outras vezes que nós saímos juntos, sempre tinha uma coisa que mais parecia cena de filme, improvisos, choques, é, realmente era coisa de filme, eu cheguei até a criar uns "musculozim"(kkkk)

Qual sua referência no movimento Xarpi

Na verdade ninguém, como eu falei anteriormente, no começo da entrevista, eu comecei a pixar do nada, e sem saber nada sobre o mundo da pixação, eu pixava direto, e comecei a ir pras reuniões que rolava na Parangaba, e foi lá que comecei a conhecer outros pixadores, como: Finado Mirim, Spaik,Toin, Piupiu, Grampo, Macaco, Liiso, Mina, Duble, Bobão, Falso, dentre outros, e o único assunto que me interessava era sobre pixação, e conhecendo outros pixadores, comecei a entender o que significa ser "Considerado" no movimento, dai comecei a admirar outras minas que também era do movimento, tás como a Bruxinha e Negona G.G

Quem você mais admira dentro do movimento

Existe várias pessoas ,mas eu só posso falar do que eu conheço. Admiro o Falso, o conhecido homem aranha (Rsrs), antes deu pegar prédio com o agulha, e o ciço doido, era eu o Falso e o Ciço Doido que e pegavamos as alturas, só na força do braço mesmo, e como sempre o povo fala né, que eles faziam meu nome nas alturas, afinal, quem tem boca fala o q quer né?. Admiro o ele porque foi o Falso quem me colocou pra pegar as alturas na força do braço (Rsrs)

Qual sigla na sua opinião irar se destacar em 2012 

Eu não Sei (Rsrs), Eu particularmente eu não ligo pra esse negocio de destaque do ano (Rsrs), Mas eu voltei, 2012 estou aqui na fisura de riscar.

Na sua opinião, quem e o melhor pixador(a) de Fortaleza

Isso é uma coisa que me revolta, tem gente que bate nos peitos e diz qus é o melhor(a),
Eu acho que todo pixador é o melhor dele mesmo, afinal, ser o melhor pra que? Se ninguém vai ganhar prêmio puxando. 
Vaisate ser conhecido, adimirado, e mais ainda criticado. Eu acho que ninguém deve se engrandecer, devemos ser humilde, e chegar pra somar, e não pra dividir.

Comente um pouco sobre uma saída do qual marcou sua vida, que foi frenética

Todas foram, mas teve uma do qual eu gostei muito, foi eu juntamente com as meninas da G.A.T, a killy e a Dina, aqui mesmo da minhas áreas, inventamos uma mentira pra nossas mães, alegando que iamos durmir uma na casa da outra, sendo que nesse dia ninguém durmiu, saimos de madrugada pra riscar, detonamos no pantanal, pegamos uns bicos e tudo, só nós 3, e no outro dia foi maior ibope, porque 3 meninas botaram os meninos no bolso, e eu gostei de mostrar que nós mulheres também temos atitudes.

Qual foi o pior role, onde tudo deu errado

Graças a Deus, nunca tive pior saída, mas teve uma que aconteceu um probleminha (Rsrs), estava mais o agulha e o Gago,e íamos pegar um prédio que tentamos de todo jeito, até que resolvemos desistir, mais apareceu outra oportunidade, onde tinha uma casa abandonada do lado do prédio que queríamos pegar, ai foi sal, lá tinha cerca eletrica, com sensor de movimento, isso foi o de menos, aí tinha também um homem lavando carro, mesmo na entrada do prédio, ficamos esperando ele sair, o prédio estava todo fechado, ai o homem vinha, e nós voltavamos, nisso foi umas 3 vezes, depois por outro lado conseguimos entrar, subimos e pixamos lá, dai o homem nos viu, foi saímos correndo pelas escadas, levamos um choque na cerca porque passamos rápido na fuga, la fora tinha uma viatura, e tivemos que ficar escondido na varanda da casa abandonada, atrás de um murinho, os PM entraram na casa, chegaram bem pertinho, só um passo e eles nos achava, mas Deus cegou eles nessa hora certa (Rsrs). Ficamos lá até de manhã quando a poeira baixou. Esse dia foi um sufoco 

Ser do movimento Xarpi, já te prejudicou em sua vida pessoal diretamente

Não, onde eu moro só não sou bem vista, na minha rua todo proprietário que teve sua casa pixada vinha reclamar com minha família, mães vinham dizer que eu botei seus filhos no mundo da pixacão, no colégio já fui acusada também pelas pixações no banheiros, ninguém sabia, até chegar um bocão e falar pra minha patroa que eu pixava, não teve problema, mas acho que as pessoas deveriam respeitar, existe lugar e hora pra você se mostrar pixador(a).



Se um dia resolver sair da sigla GAT, em qual você entraria, e porque 

Bom.. Uma coisa é certa, e nunca vou sair da GAT, uma sigla que nascir, vive, cresci e vou morrer. E outra sigla só se eu mudasse de bairro, e tinha que ser a sigla mais antiga desse tal bairro.

Qual sua opinião sobre a relação entre pichadores e Grafiteiros

Eu acho que deveria haver mais respeito entre ambas as partes, mais união, afinal vivemos todos no mesmo mundo, temos que respeitar o gosto e o espaço de cada um, pixador não gosta de perder um nome na parede pra ser feito um graffitie, e o grafiteiro não gosta de grafitar, da o gás e vir um pixador e riscar em cima do seu grafite, as coisas mudam, e acho que nessa area também deveria mudar, eu concordo, e tenho certeza que fortaleza tem mais pixador do que grafiteiro, eles precisam de espaço é claro,  eles ocupam mais espaço mesmo (Rsrs), acho que os paredões de fortaleza deveria ser só dos grafiteiros, sem pixação, os pixadores tem mais alternativas de pixa em cima, pixa em baixo,e deveria ter consciência disso, e deixar de ser gananciosos.

Voçê já pensou em uma dia ser grafiteira

Eu? Já grafitei sim, depois de ser pixadora eu virei Grafiteira,comecei primeiro na pixação, e depois num ciclo de amizade com grafiteiros fui fazer o teste (Rsrs), mas eu acho que eu não dou muito pra essas coisa não, não que eu não tivesse jeito pra coisa, mas eu acho que tem que gostar mesmo, e eu gosto mais é de pixar, e grafitar não é a mesma coisa, tem que ter mais delicadeza nas mãos viu, palavras do mestre tubarão (Rsrs)

(Foto Graffiti feito por Miúda)



Qual sua Opinião sobre a Criação do Disque-Pichação, do qual estar sendo avaliado no senado

O pessoal quer ferrar de todo jeito né pro nosso lado (Rsrs), uma coisa é certa, vai ficar mais complicado ainda de pixar, se essa moda pegar muita gente vai rodar, principalmente aqueles né, que é cara-de-pau, pode diminuir muito, agora acabar com a pixação eu acho difícil 



Voçê acha que hoje com a criação do Ronda do Quarteirão ficou mais dificil pixar

Ahh!! Ainda lembro quando isso começou, as meninas da GAT pararam nesse tempo, dizendo que só ia voltar quando o ronda acabar (Rsrs), o ronda fez foi crescer, e os pixadores também, e desde 2007 que essa população vem crescendo, um sinal que o ronda num tá dizendo nada, e num tá mesmo.

Qual sua ocupação no dia a dia atualmente (Horas vagas)

Fica escultando musica, passo o dia todo com fone no ouvido (Rsrs) gosto de ficar sem fazer nada.

Que estilo musical voçê curti

Primeiramente Rap Nacional, em segundo Reggae

Estuda,trabalha ,tem filhos

Os estudos parei (Rsrs) por desinteresse mesmo, trabalho, e ainda não tenho filho nem filhos (Rsrs)

Existe preconceito de gêneros no Xarpi

Está mais que provado que a mulher é capaz de fazer as mesmas coisas que o homem faz, claro que não mudou a sensibilidade, e a fragilidade das mulheres, e aliás, tem mulher que bota o homem no bolso, homem que saiu comigo pra pixar já comprovou que eu posso, e pego altura que nem eles, só preciso de força, deixar a delicadesa de lado e arregaçar as mangas, nada mais que isso (Rsrs)



O Que você achou do Blog

Legal, nos mantem informado (Rsrs), é bom por isso , onde o pixador tem sua area, para poder expressar suas opiniões, anunciar, debater, dividir opiniões, e até mesmo unir os pixadores de Fortaleza. A cidade dos pixadores. Quem teve essa idéia é um gênio pois aqui é nossa TV Noticia!

Finalização da Entrevista

MIUDA GAT diz; Alô aew Gente!!!(kkk) se fosse em publico eu tava toda vermelha, mais um abraço aew pros pixadores de fortal, vaamos ser cada vez mais unidos, e não esquecer dos grafiteiros viu? Paz, União e muiita Reunião, só irmão! Beijos e tchau.

Entrevista realizada por Victor Rocha (Smith TDE)


O QUE VOCE ACHOU DESSA ENTREVISTA? COMENTE !!!

domingo, 1 de abril de 2012

quarta-feira, 28 de março de 2012

domingo, 25 de março de 2012

Vereador propõe a criação do "Disque Pixação"



"O vereador Alípio Rodrigues está propondo que a Prefeitura de Fortaleza
A criação do 'Disque-Pixação'. A idéia é instituir um serviço telefônico para receber denúncias contra pichadores - que, convenhamos, têm feito coisas do arco da velha na cidade,sem que haja alguma medida oficial minimamente eficiente para contê-los.
A turma estraga, sem dó nem piedade, tanto o patrimônio privado quanto o público.
Se a idéia for mesmo implementada, espera-se que tenha melhor sorte do que o
'Disque-Silêncio' - que existe de direito, mas de fato amarga a mais em completa e literal mudez''.

Fonte: Diário do Nordeste

Comente sua opinião sobre o assunto.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Rachão das Galeras



Os intereçados deverão Ligar no Numero (85) 85577408 para escrever seus times.

sábado, 17 de março de 2012

Hoje dia 18 de março seria aniversario de 22 anos de PUNK TDE



PUNK foi mais uma vítima da violência urbana.

Resumo biográfico da pixacão



I - INTRODUÇÃO

- A Pixação, Pixação como preferido pela linguagem nas ruas ou Pixo é uma técnica de comunicação visual urbana desenvolvida por jovens adultos que marcam as cidades com frases de protesto ou insulto, assinaturas pessoais, declarações de amor ou como forma de demarcação de territórios entre grupos, às vezes gangues rivais. Por essa razão difere-se do grafite, uma outra forma de inscrição ou desenho, tida no Brasil como artística, embora em línguas como a língua inglesa, o termo graffiti seja unificado e sirva para ambas as formas de expressão.



O ato de escrever ou rabiscar sobre muros, fachadas de edificações, asfalto de ruas ou monumentos, usando tinta em spray aerossol, dificilmente removível, estêncil ou mesmo rolo de tinta, faz da pichação um signo a integrar arbitrariamente a linguagem urbana, além de danificar economicamente os imóveis públicos e privados atingidos pela poluição visual, trazem desarmonia estética urbana e ao paisagismo.

Juridicamente pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano é crime ambiental nos termos do art. 65, da Lei 9.605/98, com pena de detenção de 3 meses a um ano, e multa. Se o ato for realizado em monumento ou patrimônio tombado por seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena passa a ser de 6 meses a um ano, e multa (§ único). Porém, a mera existência de legislação punitiva não é suficiente para inibir estes atos, devendo existir do Poder Público, vontade política de inibir a prática delituosa. Cabe ao Município exercer a sua autoridade administrativa e garantir o desenvolvimento urbano, garantindo ainda o bem estar de seus habitantes (art. 182, Constituição Federal), sob pena de seus agentes responderem pelo crime ambiental de responsabilidade por deixarem de adotar as providências que lhes compete na tutela ambiental (art. 68, Lei 9.605/98, Crimes Ambientais). Além disso, todos os cidadãos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225, CF), no que se inclui o meio ambiente urbano com suas características harmônicas e estéticas.

No entanto, é importante ressaltar que outras linguagens “enfeitam” diariamente o espaço urbano interagindo com o público. Dentre elas, a mais expressiva é a publicidade, com uma gritante divergência: a publicidade possui legalidade autorizada, mediante pagamento, enquanto que, a pichação é institucionalmente marginalizada, e sua realização está sujeita à pena e/ou ao pagamento de multa.



O termo marginalidade pode se referir a questões econômicas, étnicas, raciais, e a outras formas de distinção social e vista sob diversos aspectos.
No âmbito jurídico, pela ilegalidade do seu ato; no aspecto físico, por sua aparência desleixada; pela violência física, alvo dos moradores indignados com seus atos ou da repressão policial; no sentido moral e cultural visto como criminoso; na exclusão social e familiar
(usam luvas cirúrgicas que garantem as mãos limpas de tinta e não serem reconhecidos),
além do caráter violento da própria atividade de pichação,
que inclui rixas entre “crews” ou bondes rivais.

Acredita-se, porém, que o pichador não tem como objetivo poluir visualmente a cidade quando marca os muros, e, sim, afirmar sua presença em uma disputa privada por visibilidade de uma tribo urbana.
Dessa forma, o público constantemente é alvo de bombardeiros visuais, cromáticos, gráficos, verbais, e, também, artísticos que se apropriam de táticas particulares de técnicas de comunicação dialogando com o passante pós-moderno.



II - CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL:


Já na Antiguidade é possível encontrar elementos de pichação. A erupção do vulcão Vesúvio preservou inscritos nos muros da cidade de Pompéia, que continham desde xingamentos até propaganda política e poesias.

Na Idade Média, padres pichavam os muros de conventos rivais no intuito de expor sua ideologia, criticar doutrinas contrárias às suas ou mesmo difamar governantes.
Com a popularização do aerossol, após a Segunda Guerra Mundial, a pichação ganhou mais agilidade e mobilidade. Na revolta estudantil de 1968, em Paris, o spray foi usado como forma de protesto contra as instituições universitárias e manifestação pela liberdade de expressão.

Na passagem dos anos 60 para os anos 70, surgiram no ambiente urbano de Nova York, cidade dos Estados Unidos, o Movimento Cultural Hip-Hop que objetivava aproximar o pichador ao Movimento, que encontrava no Grafite a expressão visual socialmente aceita como forma de expressão artística contemporânea, respeitada e aceita pelo Poder Público. A aproximação do jovem que pratica o Piche para o Grafite faz parte do que os integrantes do movimento Hip-Hop denominam de violência direcionada, numa base simples de princípios que incluem a paz, o respeito ao próximo e a autovalorização. Com o grafite são ensinadas noções de artes plásticas e muralismo que favorecem a inserção no mercado de trabalho. Já a pichação é considerada essencialmente transgressiva, predatória, visualmente agressiva desprovida de valor artístico ou comunicativo.


Em geral, a convivência entre grafiteiros e pichadores é pacífica. Muitos grafiteiros foram pichadores no passado, e os pichadores não interferem sobre paredes grafitadas.
No Brasil, essa distinção é vista com rivalidade existindo certa competição entre os dois grupos, que consiste no atropelo da obra alheia.


A pichação é tema de estudo de várias tendências.
Alguns estudiosos analisam os pichadores pela óptica de caráter psicológico e comportamental, onde o sentimento de medo, timidez, insegurança, anonimato e dissimulação (o pichador passa despercebido ao não ostentar sinais de sua identidade clandestina e cria pseudo-identidades integradas em um processo de representação do eu e a sociedade) refletem num código linguístico próprio, acessível somente para iniciados; à sua presença, totalitária e constantemente impregnada ao mobiliário urbano; à sua reprodução, contínua e prolongada de modo misterioso durante a madrugada, porém concreta e real à luz do dia seguinte.
O caráter furtivo e noturno da pichação é um grande indício para sua marginalidade. A “sociedade conservadora” se guarda contra os boêmios, ladrões, sem tetos, menores abandonados, entre outros andarilhos indesejáveis da noite.
É importante ressaltar o caráter mutante do grafite e da pichação, como obras nômades a serem repetidas nos itinerários percorridos, sempre com sutis e inevitáveis diferenças nas quais o inacabado dá lugar ao diálogo com o entorno citadino.
O epicentro das atividades de pichação é o centro da cidade. Para ele rumam, dos mais diversos bairros, indivíduos que têm por praxe inscrever seus deslocamentos pela cidade com suas marcas, adesivos, tags, grafites, piches, e, nesses movimentos, tornam visível suas regiões de apropriação. Fazem, com isso, uma ressignificação do modo de habitar a cidade e marcam, no percorrer urbano, um itinerário em que se reconhecem. Essa forma de viver a cidade é característica de um sujeito errante.
É próprio do errante: exprimir uma forte personalidade e só tomar sentido no seio de um grupo fortemente soldado. (...) Na verdade, tudo isso é um modo de escapar da solidão gregária própria da organização racional e mecânica da vida social moderna. (MAFFESOLI, 1997:70).
O bairro deixa então de ser o local de atuação, ao contrário das gangues urbanas onde a defesa de um território é prerrogativa básica. Nos bondes, o bairro só serve como identificação geográfica do grupo, visto que marcam toda a cidade, invadindo áreas de outros grupos em uma disputa hierárquica. A forma de luta difere da violência física das gangues urbanas, pois, nos grupos do piche e do grafite, ela se reduz a uma violência simbólica e provocativa. A referência ao bairro continua, mas, dessa vez, marcada ao lado da assinatura.

III - CARACTERISTICAS

De início, a Pichação reduzia-se a um ato de protesto ou manifestações em geral, atualmente, o Movimento tornou-se um ato de lazer, desafio e competição.

A organização promove encontros (também chamados por pichadores de "reús", abreviação de "reunião") que acontecem regularmente em diversos pontos das cidades, alguns deles reunindo centenas de pichadores numa mesma noite.

( Foto da Segunda Mega Reunião Pixadores de Fortaleza )

A impunidade, a "fama" e a adrenalina de subir em prédios de maneira arriscada, são os principais fatores de motivação para que o ato seja cada vez mais praticado. Os pichadores organizam-se em grupos, que são identificados cada um por uma sigla. Todo final de ano, pichadores reúnem-se e distribuem premiações entre si, para as melhores siglas, ou para aqueles que se destacaram durante o ano, ou por pichar em lugares altos, ou simplesmente por ter seu piche em vários pontos da cidade.

Costumam ser enquadradas nessa categoria as inscrições repetitivas, bastante simplificadas e de execução rápida, basicamente símbolos ou caracteres um tanto hieroglíficos, monocromático ou colorido feita na parede, com a intencionalidade de marcar a cidade com sua assinatura, que pode ou não ser acompanhada de algum desenho e cores.

O grupo de pichadores possui no bairro um referencial de territorialidade que acompanha a inscrição na parede. A formação do “crew” ''Siglas'' é então precedida de uma proximidade geográfica entre os integrantes. Essa relação com o bairro acompanha a pichação como um dado complementar e manifesta uma afirmação de pertencimento a determinada região da cidade

Para identificar uma pichação coloca-se ao lado dela uma indicação pessoal ou do grupo que a realizou. Uma pichação é, portanto, rodeada de comentários que indicam sua procedência, as pessoas que a realizaram e se foram convidadas ou participam do grupo. No caso de pichadores que reaparecem ou de marcas retomadas depois de terem sido abandonadas, é comum usar-se a expressão "estamos de volta.”



A pichação tornou-se hábito em diversas cidades e estados brasileiros. Ceará, Goiás, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito Santo, Porto Alegre e Pernambuco são estados cujas capitais possuem um expressivo número de pichadores.

quinta-feira, 15 de março de 2012